Sou muito preto no branco, e as minhas frases são quase sempre em tom de ironia. Sempre fui uma pessoa honesta e sincera, que confiava em toda a gente. Era muito ingénua, e por isso custava-me a crer, e ainda hoje custa, que hajam pessoas más no mundo consigo compreender pequenas mentiras e perdoar grandes erros. Sei admitir as minhas falhas, embora nem sempre na hora certa, e tento corrigir os meus erros assim que me apercebo que fiz mal. Já provei do meu próprio veneno, e bati com a cabeça mais vezes do que o teria feito se tivesse aberto os olhos a tempo. Nunca ninguém sabe o que me vai na cabeça. Apercebo-me rapidamente das intenções dos outros, mas finjo que não sei de nada. Não sou de me calar e de me conformar com nada. Sempre soube escolher a dedo o que era ou não era bom para mim, embora tenha perdido o meu rumo e ido contra os meus princípios uma ou duas vezes. Não sou de me entregar facilmente, nunca fui. Fui magoada uma ou outra vez, e aquilo bateu mesmo cá dentro no fundo, e me fez tornar numa pessoa que afastava todas as outras que se tentavam aproximar.
Não sou tão coitadinha assim, também já magoei quem não devia. Acabei literalmente com amizades por motivos não tão certos assim, e sempre fui de me fartar facilmente das pessoas e dos lugares.
Fui magoada quando amei e magoei quando fui amada. Magoei alguém que um dia me amou. Afastei-o de uma forma fria e cruel, por pensar que era o melhor para ele. E talvez tenha sido, porque pelo andar da carruagem, e pela pessoa que eu era na altura, tinha estado com ele uns tempos e depois terminava tudo sem querer me importar. Foi uma altura complicada, em que eu estava demasiado presa e me recusava a seguir em frente.
Não me arrependo de ter dado o que dei de mim, por nenhuma das pessoas a quem o fiz que talvez não o mereceram, mas se fosse hoje talvez a história tivesse sido diferente. Perdi a esperança mais vezes do que aquelas que é possível contar com os dedos das mãos, mas hoje não responsabilizo ninguém pelo estado em que fiquei. Sou fruto das minhas decisões e escolhas, que nem sempre foram as mais acertadas. Tornei-me numa pessoa diferente do que aquilo que era à dois anos atrás. Não sou quem era ontem, e amanhã não serei o que sou hoje.
Há uns tempos pediram-me que escrevesse um texto sobre mim e aqui está..

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